Dans la Savane – Confeere
Nasci em 1995, todo o meu crescimento foi nos subúrbios de Lisboa . Pelas ruas da cidade, linhas de comboio, em todo um ambiente citadino.
Sempre gostei de desenhar e sempre senti-me ligado de alguma forma às Artes. Aos 12 anos como brincadeira, comecei com os meus amigos pelo graffiti em paredes.
Com o passar dos anos, continuei interessado pelas Artes, começando assim a estudar essa área no Secundário e mais tarde, conclui o curso de Design Gráfico.
Enquanto estudei Design Gráfico, comecei a viajar pela Europa. o que garantiu-me imensos contactos e amizades.
Foi a partir do ano 2015/2016 que começou a surgir o interesse em tatuar. Após visitar Bruxelas e conhecer pessoas que já tatuavam, faziam roupa e entre outras formas de arte..
Assim comecei a tatuar, vindo de Bruxelas para Lisboa com vontade de começar o meu movimento na minha cidade. E assim foi, à medida que fui tatuando comecei a desenvolver um estilo próprio. Próximo à minha maneira de ser e do meu lifestyle. Criando assim, uma série de desenhos/flashs únicos.
Os flashs que senti, tinham uma mensagem mais forte. Tive a necessidade de os transportar para outro material/suporte. Então, criei algumas pinturas em tela e esculturas com tinta acrílica.
Ligado ao meu gosto por graffiti e por toda essa cultura citadina, comecei por pintar em telas como tema, os interiores de comboios.
No primeiro quadro, percebi que seria interessante usar tecidos na representação dos assentos dos comboios em vez de pinta-los, assim o fiz.
Esta série de quadros relacionados com interiores de comboios/transportes públicos culminou numa intervenção/exposição ilegal dentro de um comboio. Tornou-se uma viagem no centro da cidade com pinturas acerca de interiores de comboios que foram pendurados dentro do comboio.
Comecei então por explorar os vários tecidos que tinha acesso, desde peças de roupa, a toalhas de banho, todas as formas e texturas possíveis. Começaram a ter interesse para mim pois, conseguia dar mais expressão e força ao meu trabalho.
Comecei então por fazer umas pequenas exposições e a explorar cada vez mais um conceito e estilo que identifico-me. No verão de 2019, senti que já tinha um conceito e algo para dizer. Assim sendo, convidado pela Crackkidslisboa, no Caís do Sodré, zona central de Lisboa para fazer uma exposição que se chama “Street Culture”.
Essa exposição fez com que afirma-se mais a minha visão sobre as ruas e a cultura que nelas sempre vivi. Bastante ligado ao graffiti, à cidade e viagens que de alguma maneira marcaram-me.
A partir daí comecei a sentir que queria ver a cidade com peças minhas em locais visíveis, tal e qual como eu queria quando comecei a fazer graffiti. Queria sentir o mesmo mas com algumas das minhas peças deixadas na rua.
Sendo que o objectivo é fazer com que as pessoas, toquem, sintam, tenham curiosidade em ver que tipo de material é, como é feito e mais do que isso, questionem.
Na mesma linha de pensamento tento espalhar pela cidade, alguns tattoo flashes pelas ruas da cidade, fazendo com que as pessoas vejam ao vivo e perto delas aquilo que há em abundância em qualquer instagram de qualquer tatuador, espalhando assim o meu flashbook pela cidade.
O meu objectivo foi e sempre será pensar mais além, e procurar caminhos não tão usuais, daí todas as intervenções que tenho vindo a fazer pela cidade de Lisboa, maioritariamente, mas não fechando portas a fazê-lo fora do meu país.