A exposição individual Lugar Infinito de Filipa Morgado, vai ser inaugurada em dois dias, de forma a assegurar a visita de todos, respeitando simultaneamente as normas recomendadas pela DGS.
Dia 10 de Setembro, através de marcação prévia e dia 11 de Setembro, ao público em geral, das 16h às 21h.
A exposição ficará patente até dia 17 de Outubro e a entrada é gratuita.
Pede-se a todos os visitantes que queiram ter a experiência completa, que tragam um par de meias lavadas.
SINOPSE
Vesti-me para escrever este texto. Falar do Lugar Infinito é de uma profundidade inaceitável. É revelador de tudo o que há em mim, como poesia, é navegação interior, cosmografia da alma.
No Lugar Infinito vivem crises estruturadas, consciências e fragilidades. Vive o miolo da nudez forte da verdade, é sobre isso que fala.
As entranhas guardam o que a mente tenta esquecer e fugir de ver não foi solução para o desencanto. Lembro-me de fechar os olhos e olhar o mundo às voltas. Infinidade de recordações que me assombram e assolam.
Lá do alto, em estado de coma, o lado infinito, o Lugar Infinito, o espaço infinito, – ou qualquer coisa infinita que lhe queiram chamar – reinventa os corpos amputados. É só isto que temos de saber.
Existe um lugar que cresce e morre constantemente. Como um soco, uma zona muda que oferece mil opções. Todos os cheiros do mundo, todos os sabores do mundo. Surpreendente. Corajoso. Perigoso.
É um Lugar Infinito aqui, onde vivem todos os pássaros que voaram ao longo das minhas viagens. É um lugar mais velho que os passos que dei, mais sábio que a minha consciência, – abraça-me – e é mais livre do que alguma vez sonhei.
Filipa Morgado 2020
BIOGRAFIA
A Arquitecta Filipa Morgado (1988) termina o mestrado integrado em Arquitectura pela FAUTL em 2014, tendo a oportunidade de estudar um ano em Buenos Aires. Após a finalização do mestrado vive e trabalha durante três anos na Cidade do México, onde criou e liderou projectos a várias escalas.
Começou a frequentar uma oficina de joalharia, actividade que desenvolve nos seus tempos livres. A paixão pelo espaço levou-a a encontrar, na pintura, uma poesia que carregava e mal se podia revelar.
Após uma longa e inspiradora viagem pelo Canadá e Estados Unidos, volta a Portugal para estudar Cerâmica Criativa nas Caldas da Rainha durante um ano, onde adquiriu ferramentas e desenvolveu novos imaginários, agora a três dimensões.
A manipulação do barro juntou-se ao exercício diário da pintura. Os seus desenhos e as suas esculturas são o reflexo de um mundo complexo que a habita. Com a arquitectura do tempo e do espaço bem presentes, atualmente dedica-se por completo às artes plásticas.
Os seus pensamentos desenvolvem-se entre linhas de várias espessuras, dando diferentes profundidades a uma narrativa que se percorre quase sempre a preto e branco.